sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Bússola Quebrada.

Norte. Sul. Leste. Oeste.
Os caminhos estão aí, ao meu alcance, à minha frente, esperando que eu dê os primeiros passos para trilhá-los. Mas sigo aqui com a dúvida, sigo com o medo, sigo com a insegurança.
Qualquer passo que der pode indicar o fim.
Qualquer passo que der pode indicar o começo.
Há vários caminhos, porém todos sem respostas corretas e exatas. A verdade é que somos a flecha do próprio destino, onde ditamos por onde começar a caminhada. Há que seguir o rumo sem que ninguém interfira em nossas escolhas. Ainda que a bússola esteja quebrada, a mente confusa e a alma apagada, nosso destino ainda pertecence apenas a nós mesmos. E a mais ninguém.
Assim como um relógio quebrado em algum momento irá marcara a hora correta, uma bússola quebrada pode mostrar o caminho certo pelo menos uma vez também. E mesmo que percamos a direção, é nosso dever recomeçar, fazendo tudo de novo outa vez.
Não é seguro. Não é fácil. É arriscado. Mas talvez... valha a pena no final.
Pelo menos eu acho.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Números e Palavras.

Era uma vez, o zero. O inútil, o esquerdo, o atrapalhado não-multiplicável. O sozinho.
Então, o 1 chegou e lhe estendeu a mão. Fez promessas, o ergueu do chão e tirou da solidão. Em seguida, foi embora, sem qualquer explicação.
Veio o 2. Estendeu-lhe a mão. Fez promessas também. O zero acreditou. E foi tirado da solidão. Em seguida, o 2 foi embora, sem qualquer explicação.
Veio o 3. Estendeu-lhe a mão. Disse que ficaria. O ergueu do chão. Disse que o amava. O tirou da solidão. Em seguida, foi embora, sem qualquer explicação.
Depois, vieram o 4, o 5 e o 6 ; todos ao mesmo tempo. Todos erguendo-lhe a mão. Todos tirando-o da solidão. O zero os amou. Mas não acreditou dessa vez. Não mais.
Por que o 4, 5 e o 6 ficariam, quando o 1, 2 e o 3 não aguentaram? O que teria de diferente agora? O zero não mudou. Continuou o mesmo. A mesma mediocridade à esquerda, o mesmo número não multiplicável... O mesmo que atrapalha todas as equações longas.
Como se pode confiar em números quando eles não sabem lidar com as palavras? Quando eles não sabem manter uma promessa?
O tempo passou. Eles permaneceram. O zero se assustou. Não esperava. O zero, agora, "confiou". E essa foi a pior parte. Porque o zero passou a se sentir em um campo minado, onde qualquer passo em falso culminaria em uma explosão. Onde qualquer passo em falso pudesse causar uma destruição.
Problemas acontecem em todos os relacionamentos. Mas o amor envolvido sempre resolve tudo. Era o que o 4, o 5 e o 6 falavam. Era no que eles tentavam fazer o zero acreditar. Mas quando há mentiras antes, quando há um passado doloroso e traumatizante, a crença nos núimeros é subtraída e os medos são somados. O amor não pode ser multiplicado e as confidências divididas. E o zero cai de novo. Ele volta para o seu lugar, na frente de todos os números, o que vem antes do primeiro, este, o mais brilhante de todos, ofuscando qualquer brilho que o zero possa ter.
O zero continua ali, sempre esquecido, sempre não-multiplicável e sempre complicado, sentindo que atrapalha todos os números perfeitos à sua frente.
O 4, o 5 e o 6 ainda estão presentes. Milagrosamente não foram embora. E o zero os ama cada dia mais. Parece que os números conseguem manter a palavra, no fim das contas.
Mas a pergunta que ainda pertuba o pobre zero, dia após dia, é... Até quando?

domingo, 22 de agosto de 2010

Agradecimentos.

Eu queria agradecer, de verdade, pelos comentários que eu recebo aqui.
Sei que o blog tá meio largadinho, é porque quando eu comecei não vi muito interesse nele e acabei desanimando um pouquinho ._. Além do mais, tenho por volta de 10/12 histórias pra escrever e colocar em dia, então nem sempre eu tenho tempo de ficar atualizando isso aqui sempre.
Mas hoje eu resolvi dar uma olhada aqui e até me surpreendi ao ver quantas pessoas novas apareceram, comentando. Então agradeço por cada pessoa que leu, gostou e deixou um recadinho pra mim *-*
Vou tentar postar com mais frequência aqui, nem que sejam trechos de histórias minhas, já que não é sempre que estou escrevendo textos como os que posto aqui.
Um beijo para todos.
Cuera.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Little Dreamer.

Hello, como você está?
Eu sinto sua falta. Faz tempo que não te vejo. Você nunca mais veio me visitar em sonhos. Sinto falta de olhar em seus olhos. Nem que seja por poucos segundos.
Mas me diga, como está? O mar é mesmo tão azul como dizem? As flores possuem mesmo cores vibrantes? Me diga... Me diga como é se sentir leve. Você carregava um peso tão grande aqui... Espero que agora possa flutuar como o vento.
Hoje não é nenhum dia especial. Hoje não é seu aniversário e nem o dia ou o mês que você se foi. Mas eu não preciso de motivos para pensar em você. Eu faço isso todos os dias. Todo o tempo. Porque você está aqui dentro.
Sinto falta de tudo em você. Da sua risada peculiar, que às vezes me pego imitando. Do seu cabelo lindo e perfeito, que eu tanto admirava. Você sabia o quanto eu o amava, certo?
Sinto falta das conversas sobre música boa, sobre o que são verdadeiramente. Seus comentários azedos me divertiam. Você era (é) tão inteligente. Sinto falta até de quando me xingava. Nunca pensei que fosse sentir falta disso. Mas eu sinto.
Hey, me diga... Você conseguiu nosso Johnny Bravo? Guarde um pra mim. Um dia estarei aí. Guarde um lugar pra mim também, logo atrás de você. Exatamente como era todos os dias. Quando eu chegar aí, quero mexer nos seus cabelos de novo. E ver aquele sorriso lindo em seu rosto. Você ficava mais linda ainda quando sorria. E desejo que faça muito isso hoje em dia.
Quando você nos deixou, eu me culpei. Nossos últimos dias não foram os melhores. Eu tive dúvidas. Pra falar a verdade, até hoje tenho. Mas isso não importa agora. Não mais. Porque eu se e tenho plena certeza do que eu sinto. E, por enquanto, isso é o bastante.
Espero que escute minhas palavras diárias. Espero que escute meus pensamentos diários, onde eu digo tudo o que eu, por um motivo ou outro, não pude dizer aqui. Espero que esteja me vendo. Espero que, sempre quando estiver livre, esteja por perto.
Eu sei que você deve estar fazendo um trabalho fantástico. Eu sei que está. Esse sempre foi seu objetivo. E você é brilhante em tudo o que faz.
Saiba que eu te amo e sempre te amei, apesar de tudo. E um dia eu estarei atrás de você outra vez. Como nos velhos tempos.
Nunca se esqueça de mim.
Te vejo na outra vida

So long my little dreamer, I'll miss your face... We’ll always stay connected through time and space...

domingo, 25 de abril de 2010

Metamorfose Ambulante.

"Prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo"

(Raul Seixas)

Não sou a mesma que fui ontem. O mundo gira sem parar, assim como minhas opiniões acerca dele. As coisas mudam, as pessoas também. E eu... eu me transformo a cada hora.
Meus olhos observam o mundo ao redor na mesma velociada que o tic-tac do relógio. Eu penso o tempo todo, mudo todo o tempo. Mas nunca sem coerência.
Falta de personalidade é defender uma ideia hoje somente porque a defendeu ontem. Defenda o que quiser, mas defenda sabendo que tudo pode mudar amanhã. Eu falo o que me parece correto naquela hora, ainda que saiba que passo longe da verdade absoluta. Mas defendo porque acredito no que defendo. É a minha verdade. Errada ou não.
Pra isso que o mundo gira. Pra me mostrar o quanto estou certa. Pra me mostrar o quanto estava estupidamente errada.
Peço perdão pelos meus erros e aprendi a me perdoar por eles. Porque não fiz por mal. Porque defendia uma ideia equivocada. Mas o dia chega e eu mudo. Graças a Deus.
Então ame a metarmofose ambulante de ontem, hoje e amanhã. Não me entenda, não se esforce tanto. Porque amanhã talvez mude novamente. Talvez erre. Talvez seja a minha vez de perdoar.
Talvez tudo irá mudar. Sim... tudo irá mudar.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Sinais de Trânsito.

As pessoas andam sem parar. Buzinas, vozes, discussões...
Eu estou ali, sobre o meio-fio, com a cabeça atormentada, observando os gigantes arranha-céus frente à mim.
O tempo parece se movimentar mais rapidamente para os outros. Os ponteiros do relógio da vida giram e giram sem parar, no seu constante tic-tac.
Para elas, os minutos parecem segundos. Para mim... os segundos parecem anos.
Seus rostos estão borrados, tamanha a velocidade com que andam. Os carros atravessam os sinais com a mesma rapidez que um foguete. No sémaforo, as 3 luzes estão acesas. PARE. CUIDADO. SIGA. Mas eu continuo parada no meio-fio, perdida. Grito por ajuda, mas as pessoas estão com muita pressa para pararem e virem ao meu socorro.
Sento-me sobre o chão de concreto, sabendo que tenho que atravessar aquela rua. O sol está à pino, ainda que encoberto por algumas nuvens. Mas por dentro o meu corpo treme de frio. O medo se mistura com a desesperança que, por sua vez, traz de brinde a solidão.
Aqueles carros me asssutam. Entretando há algo que me impulsiona a seguir. Tenho que atravessar, não posso ficar eternamente parada ali.
A dor continua a apertar meu peito e parece nunca ter fim. Então eu levanto e chego à conclusão que se morrer não vai fazer diferença.
Fecho os olhos e dou o primeiro passo. E de repente, quando dou por mim, já estou do outro lado. Olho para trás e percebo que consegui atravessar. Abro um sorriso e penso que finalmente vou ter paz. Mas isso não dura muito.
É só olhar para a frente que vejo mais uma rua para atravessar. E o pesadelo começa outra vez.
Mesmas pessoas. Mesmos carros andando na velocidade da luz. Mesmo semáforo aceso.
Parece que quanto mais eu ando e tento enfrentar meus medos, ele seguem ali, me assombrando como fantasmas.
Será esse um indício de que o pesadelo nunca irá acabar?

Escrito em 16/04/09 - Baseado em um sonho meu.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Até Quando?

Uma verdadeira amizade pede principalmente a sinceridade. Fale a verdade, sorria com veracidade, mas nunca com maldade.
Grite comigo, seja meu amigo.
Brigue comigo, mas seja meu amigo.
Seja meu amigo, seja sempre, desde que seja de verdade.
Não preciso de falsas compreensões, mas sim de conselhos e também repreensões. Eu preciso de amizade. Não de um covarde.
Prefiro um grito de raiva sincero a um texto hipócrita feito com esmero.
Prefiro a personalidade mostrada aos quatro ventos ao intento de ser agradável.
Fale comigo, se abra comigo, mas não fale de mim com outro amigo.
Ser fiel significa me abraçar quando eu estiver certa e me estapear - literalmente ou não - quando estiver errada. Me amar também significa brigar.
Não fique em silêncio. Esse é o pior presente que você pode me dar.
Eu perdôo, mesmo sem o pedido de perdão. Quero esquecer, mesmo achando que - por enquanto - é em vão.
Fale de mim, mas olhando na minha direção. Nunca, nunca pelas costas. Porque da próxima vez não haverá compreensão.
Eu te amo. E você está no meu coração.