segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Números e Palavras.

Era uma vez, o zero. O inútil, o esquerdo, o atrapalhado não-multiplicável. O sozinho.
Então, o 1 chegou e lhe estendeu a mão. Fez promessas, o ergueu do chão e tirou da solidão. Em seguida, foi embora, sem qualquer explicação.
Veio o 2. Estendeu-lhe a mão. Fez promessas também. O zero acreditou. E foi tirado da solidão. Em seguida, o 2 foi embora, sem qualquer explicação.
Veio o 3. Estendeu-lhe a mão. Disse que ficaria. O ergueu do chão. Disse que o amava. O tirou da solidão. Em seguida, foi embora, sem qualquer explicação.
Depois, vieram o 4, o 5 e o 6 ; todos ao mesmo tempo. Todos erguendo-lhe a mão. Todos tirando-o da solidão. O zero os amou. Mas não acreditou dessa vez. Não mais.
Por que o 4, 5 e o 6 ficariam, quando o 1, 2 e o 3 não aguentaram? O que teria de diferente agora? O zero não mudou. Continuou o mesmo. A mesma mediocridade à esquerda, o mesmo número não multiplicável... O mesmo que atrapalha todas as equações longas.
Como se pode confiar em números quando eles não sabem lidar com as palavras? Quando eles não sabem manter uma promessa?
O tempo passou. Eles permaneceram. O zero se assustou. Não esperava. O zero, agora, "confiou". E essa foi a pior parte. Porque o zero passou a se sentir em um campo minado, onde qualquer passo em falso culminaria em uma explosão. Onde qualquer passo em falso pudesse causar uma destruição.
Problemas acontecem em todos os relacionamentos. Mas o amor envolvido sempre resolve tudo. Era o que o 4, o 5 e o 6 falavam. Era no que eles tentavam fazer o zero acreditar. Mas quando há mentiras antes, quando há um passado doloroso e traumatizante, a crença nos núimeros é subtraída e os medos são somados. O amor não pode ser multiplicado e as confidências divididas. E o zero cai de novo. Ele volta para o seu lugar, na frente de todos os números, o que vem antes do primeiro, este, o mais brilhante de todos, ofuscando qualquer brilho que o zero possa ter.
O zero continua ali, sempre esquecido, sempre não-multiplicável e sempre complicado, sentindo que atrapalha todos os números perfeitos à sua frente.
O 4, o 5 e o 6 ainda estão presentes. Milagrosamente não foram embora. E o zero os ama cada dia mais. Parece que os números conseguem manter a palavra, no fim das contas.
Mas a pergunta que ainda pertuba o pobre zero, dia após dia, é... Até quando?

domingo, 22 de agosto de 2010

Agradecimentos.

Eu queria agradecer, de verdade, pelos comentários que eu recebo aqui.
Sei que o blog tá meio largadinho, é porque quando eu comecei não vi muito interesse nele e acabei desanimando um pouquinho ._. Além do mais, tenho por volta de 10/12 histórias pra escrever e colocar em dia, então nem sempre eu tenho tempo de ficar atualizando isso aqui sempre.
Mas hoje eu resolvi dar uma olhada aqui e até me surpreendi ao ver quantas pessoas novas apareceram, comentando. Então agradeço por cada pessoa que leu, gostou e deixou um recadinho pra mim *-*
Vou tentar postar com mais frequência aqui, nem que sejam trechos de histórias minhas, já que não é sempre que estou escrevendo textos como os que posto aqui.
Um beijo para todos.
Cuera.