quarta-feira, 24 de março de 2010

Até Quando?

Uma verdadeira amizade pede principalmente a sinceridade. Fale a verdade, sorria com veracidade, mas nunca com maldade.
Grite comigo, seja meu amigo.
Brigue comigo, mas seja meu amigo.
Seja meu amigo, seja sempre, desde que seja de verdade.
Não preciso de falsas compreensões, mas sim de conselhos e também repreensões. Eu preciso de amizade. Não de um covarde.
Prefiro um grito de raiva sincero a um texto hipócrita feito com esmero.
Prefiro a personalidade mostrada aos quatro ventos ao intento de ser agradável.
Fale comigo, se abra comigo, mas não fale de mim com outro amigo.
Ser fiel significa me abraçar quando eu estiver certa e me estapear - literalmente ou não - quando estiver errada. Me amar também significa brigar.
Não fique em silêncio. Esse é o pior presente que você pode me dar.
Eu perdôo, mesmo sem o pedido de perdão. Quero esquecer, mesmo achando que - por enquanto - é em vão.
Fale de mim, mas olhando na minha direção. Nunca, nunca pelas costas. Porque da próxima vez não haverá compreensão.
Eu te amo. E você está no meu coração.

sábado, 20 de março de 2010

Drowning in silence.

Hoje eu sentei sob o piso de concreto, debaixo da chuva, e chorei.
Chorei por ser tão estúpida a ponto de não conseguir esquecer certas coisas. A ponto de odiar amar alguém.
Sentei debaixo da chuva e chorei. Deixei que as lágrimas geladas corressem de meus olhos, se misturando com as gotas que caíam das nuvens. Chorei pela falta de valores. Chorei pela falta de caráter. Chorei pela importância que é dada ao dinheiro e a fama.
Sentei debaixo da chuva e chorei. Chorei por ter que ficar calada. Chorei por ter que ficar remoendo meus pensamentos. Mastigando-os, engolindo-os. Porque não posso colocá-los para fora.
Chorei pela falta de amor, pela grande ambição, pela mais bela ilusão. Ilusão que se transformou em minha perdição.
Chorei por não aguentar mais segurar tudo. Chorei por, mais uma vez, ter que ficar quieta.
Chorei por ter que ser sempre cautelosa antes de machucar os outros. Chorei porque ninguém nunca é cauteloso antes de me machucar.
Chorei pela cegueira humana, pela surdez dos teimosos e pela minha mudez. Porque a vida segue e eu sigo de boca fechada (contra minha vontade).
A chuva continua caindo fortemente, lavando minha alma, purificando minha pele. Mas, ainda assim, ela não consegue tirar a dor daqui. Porque eu continuo chorando.
Chorando pela mágoa, pelo ódio, pela raiva que eu sinto. Chorando por me ver sendo correta, num mundo onde só os falsos têm vez.
Onde a hipocrisia reina em absoluto e vence quem mente melhor.
Onde o diabo se esconde atrás da beleza, mas ninguém se importa. Porque é belo. Porque é agradável, porque é popular. E isso é o bastante.
Chorando porque estou a ponto de desistir do que eu mais amo. Porque eu não aguento mais. Porque eu não posso mais. Eu não consigo mais olhar e ficar quieta. Eu tenho que sair. Eu tenho que desistir.
Só queria poder falar. Só queria poder gritar, deixar que minhas palavras corressem pelo asfalto, assim como as gotas da chuva, que caem livremente. Que caem sem pedir permissão, que caem sem julgamento.
Como seria se sentir como a chuva? Como seria se sentir livre? Como seria poder dizer o que eu penso?
Mas eu não sou a chuva. Eu não sou livre. Eu sou muda.
E sigo aqui mais uma vez... Deixando que as lágrimas corram sem parar, sem cessar.
E me afogo. Afogo em mim mesma de novo. E de novo... E de novo...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Wedding Day.

"As lembranças, as dores, tudo ia ficando para trás a cada passo que eu dava em direção a ele. Tudo fazia sentido agora. Tudo era certo. Era como se todas as vezes que chorei dias a fio, que todas as vezes que senti meu coração sangrar e todas as vezes que eu pensei que não iria sobreviver ao dia, valessem a pena agora. Talvez eu tivesse que alcançar o nível mais baixo da tristeza e depressão, para depois alcançar o ápice da felicidade. Porque ninguém dá valor à luz se não conhece a escuridão. E agora eu estava brilhando, estava empapada de luz amarela ao meu redor, ainda que essa luz fosse invisível aos olhos. Eu sentia essa luz, sentia essa alegria e esperança que brotavam em mim a cada passo que dava. Não estava sozinha ali, como muitos pensavam. Any estava certa. Talvez a alma de meu pai estivesse me acompanhado, de alguma forma ou de outra, como ele sempre prometera estar na minha infância.
A música causava um efeito inimaginável em mim. Talvez fossem as lembranças... As lembranças de minha adolescência conturbada, onde havia escolhido essa música exatamente aos meus catorze anos, dizendo que ela tocaria no meu casamento. Na época eu falei brincando, pois acreditava que a felicidade não era para mim. Nunca acreditei que ia me casar, mas toda vez que a ouvia, pensava: “essa é a música do meu casamento”. E agora ela era mesmo.
Segurei-me para não chorar assim que senti meus olhos já molhados pelas lembranças. Subi os três únicos degraus do altar e Christopher tocou em minha mão, fazendo aquele arrepio gostoso ir de meu braço, descer por minha coluna, até chegar em meus pés. Apenas ele conseguia fazer isso. Dizia que era mágica e já havia perguntado inúmeras vezes qual era o truque. Ele simplesmente respondia que me amava demais. Essa era a verdadeira magia."

Trecho retirado da mini: Wedding Day.

Comemorando hoje três anos de comunidade e o início oficial do blog!